segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Namorado, ex-amigo

Deparei-me várias vezes com casos em que um casal de amigos, por vezes, de melhores amigos, confundem as coisas e começam a namorar. Dá sempre asneira (salvo raras excepções). E acontece porquê? Porque as espectativas estão demasiado elevadas. É dificil agardar tanto como namorado/a como agradávamos como amigos. Já me aconteceu, uma vez e meia (já passo a explicar a meia).

A primeira vez tinha os meus 17 anos. Conhecíamo-nos havia já muito tempo, eramos amigos e confidentes há cerca de um ano. Entretanto parece que as coisas começaram a mudar e começamos a olhar-nos de outra forma, as conversas foram tomando outros rumos e, pensamos nós, tinhamo-nos apaixonado um pelo outro. Talvez tenha sido mesmo isso. Numa cena quase à filme, surgiu o primeiro beijo e depois disso o namoro. Durou 3 meses. Enquanto estávamos a descobrir aquela nova vertente da nossa amizade, foi muito bom, depois, começou a perder o interesse. Conhecíamos muito bem os podres um do outro. Sabíamos o que cada um já tinha pensado de uma ou outra relação anterior. Embora insistissemos em dizer que era diferente, ambos sabiamos que não era. Perdemos o entusiasmo inicial e acabámos. E com o fim do namoro, claro que a amizade acabou. Continuamos a falar, a dar-nos bem, mas já não podiamos ser amigos como antes. Nunca mais fomos. Passado uns anos voltamos a cruzar-nos. Uma noite, chegou. Ambos sabíamos que ia ser só aquela noite e nunca cobramos nada um ao outro. Daquele namoro não ficaram cicatrizes, apenas lembranças, do bom que foi ter um/a amigo/a assim.

Mais tarde, envolvi-me com a pessoa que esteve sempre ao meu lado, na fase mais complicada da minha vida, que me tirou do fundo do poço. Não o devia ter feito. Sabia-o desde o primeiro minuto. Porque sabia que ele não me via como eu o via a ele. Sabia que ele só nunca tinha avançado porque me sentia inalcançável. Naquela noite bebi demais. Beijei-o, e ele ainda teve a coragem de me perguntar se tinha a certeza. Ora, claro que tinha a certeza, mas só naquele momento, porque estava alterada. Não pensei no mau que podia ser para aquele amigo. Ele também nunca se iludiu muito (e ainda bem). Ainda pensei que pudesse começar a gostar dele. Andámos durante pouco mais de um mês. A "cama" estragou tudo. (Foi a experiencia sexual mais deprimente da minha vida - tirei a virgindade a um homem de 22 anos. Conclui que o tamanho importa). Depois não consegui mais. Passei com ele o fim de semana mais complicado da minha vida. Tive que fazer um esforço para não acabar com tudo a 400kms de casa. Aguentei. Só o facto de me abraçar fazia-me sentir mal. Ele deve ter percebido. No dia seguinte fui sincera. Disse que não podia continuar a fazer-lhe mal, não era justo, e afastei-me.

Aprendi, e bem, que não serve de nada namorar com um amigo, só estraga. Por isso, quando conheci o meu marido, deixei-me levar pelo impluso. Não pensei sequer em conhecê-lo melhor, gostava do que estava à vista e de meia duzia de dias de conversa. Em 5 dias começamos a namorar e fomos conhecendo cada pormenor um do outro aos poucos. O que nos moveu foi a atracção física. Não houve ao início uma grande espectativa. Hoje passados quase 5 anos, já o conheço bem, e sei que é o homem da minha vida.

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