terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quando vemos que as coisas funcionam bem sem nós

... nem sempre é fácil. Tenho um trabalho/hobbie há já uns largos anos ao qual me dedico por gostar e não pelo dinheiro que me traz. De há uns 3 anos para cá tenho tido vontade de deixar aquilo, porque me dá mais chatices do que outra coisa. Nunca tive coragem por não ter uma pessoa de confiança a quem entregar a "pasta" e o meu trabalho de vários anos, e não entregaria a qualquer um. Há uns meses encontrei essa pessoa, uma pessoa que conheço desde miúda, e que tem capacidade para pegar no meu trabalho e não o deixar morrer.
Agora levanta-se uma questão... podia deixar aquilo de vez, porque ela tem a disponibilidade que eu não tenho, e uma ligação ao trabalho ainda maior que a minha. O que acontece é que sinto aquilo um bocado meu. As pessoas "reclamam" a minha presença, a minha paciência, e a minha atitude mais compreensiva, e é isso que me faz continuar a ir lá, continuar o meu trabalho, embora tendo que o dividir (e querendo mesmo dividi-lo). O que acontece é que o facto de estar presente apenas em metade do tempo faz-me sentir cada vez mais deslocada. Sinto que ela pegou no meu trabalho como ponto de partida e quer fazer o trabalho dela. Quer pegar naquilo que sabe, que reconheço que tem todo o mérito, e fazê-lo à maneira dela. Tem tido sempre a preocupação de me pedir opinião e de me por a par de tudo, mas cá no fundo, para mim, não chega. Senti-me mal nas últimas vezes, senti que já não pertenço ali... talvez não pertença. E afinal era o que eu queria. Entregar a "pasta" e vir embora de uma vez por todas. Mas não consigo... é mais forte que eu. Preciso de um motivo mais forte... preciso de uma motivação maior para conseguir cortar o umbigo que me prende a esta actividade há quase uma década.
É uma decisão difícil. É muito tempo dispendido. São muitas pessoas. São muitas amizades. São muitas lutas. São muitas vitórias e derrotas. No fundo, é quase uma vida, paralela á minha, que tem vivido ao sabor da minha e que me é muito querida. Quando tiver que sair, saio. E vou fazê-lo de cabeça erguida, mas de lágrimas nos olhos e coração partido...
Por agora a decisão vai ficar por tomar.

2 comentários:

Pink Panther disse...

Olá... estive a ler agora alguns posts do teu blog que ainda nao conhecia. Faz-nos mto bem escrever assim, não é? Espero que te sintas tão bem aqui como eu...

Beijos

Pink

renovada disse...

Olá
Obrigada pela visita.

Sinto-me muito bem de poder escrever o que me vai na alma, sem censuras :) é libertador!

Volta sempre

beijocas