terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Há pessoas mesmo desequilibradas!

Devo ter um poder de atracção qualquer para pessoas problemáticas e conflituosas. Logo eu que sou tão pacífica. Ainda ontem na reunião de pais (sim, porque a minha actividade extra-laboral, é com miudos e de vez em quando há que juntar os pais), uma família de mãe, pai e avô de uma das criancinhas que está lá apenas há usn meses, armou um festival que quase teve direito a foguetes. O pai completamente desequilibrado, parecia ter bebido uns copos antes de ir para lá, tal não era a exaltação, entra logo a matar e aos gritos para o responsável, só faltou mesmo bater-lhe. Questionou tudo e mais alguma coisa. Demos todas as respostas mas o anormal nem sequer queria ouvir. Voltou a martelar num assunto parvo que eu já tinha esclarecido com ele, do qual fui eu a responsável e assumi (porque há que ser sensato e assumir o que se faz mal). Achei inadmissível que nos tratassem como trataram. Logo eu que dou sempre a cara quando é preciso e que não nego explicações a ninguém quando mas pedem. Mas para mim, a cereja no topo do bolo foi, bastante tempo depois do festival de barbaridades que se disseram no início da reunião, e depois de chegarem a, indirectamente, referir que se eu não servia deveria sair, e já numa fase em que todos se tinham acalmado, têm a coragem de ali, à minha frente, fazer um grande louvor à minha colega que está lá há apenas 6 ou 7 meses. Foi vergonhoso.
Não acho que o elogio não seja merecido, antes pelo contrário. Ela tem, de facto capacidades técnicas que eu não tenho, e que desde o início assumi. Agora experiência tenho eu. E se a actividade continua a existir ali é tudo devido à minha mais que boa vontade. Queria ver quem é que tinha apagado os fogos todos se eu não estivesse ali. Queria ver se já não teriam enterrado o meu esforço em conflitos se não houvesse uma pessoa com bom senso e uma perspectiva alargada, que apenas o tempo permite, para resolver as situações.
O que me valeu, foi uma das mães que já está comigo há alguns anos e que fez questão de dizer que estavam a ser injustos comigo, que se eu não me tivesse farto de trabalhar nestes últimos anos por amor à camisola, não haveria nada para ninguém. Agradeci-lhe com descrição. Fiz questão de realçar que não preciso de reconhecimentos públicos, que preciso apenas de respeito pelo meu trabalho.
Para mim chega. A partir de agora o meu afastamento vai sendo gradual mas definitivo. A minha filha não poderia estar a chegar em melhor altura.
Mas fico triste. Muito triste. São 10 anos de trabalho. Espero que ela esteja à altura, não em termos técnicos, porque disso não tenho dúvidas, mas em termos pessoais, na manutenção de um bom ambiente, de boas relações e de conquistas reconhecidas.

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