quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Há sempre um Obcecado!

Nunca tinha conhecido ninguém assim. E mesmo ele, que eu pensava conhecer tão bem, praticamente desde sempre, nunca me faria adivinhar a pessoa obcecada que se veio a revelar. Foi o primeiro namorico de beijo na boca a sério, tinha eu os meus 12 anos. Encontravamo-nos no vão das escadas do prédio dele. A coisa durou uns quantos meses. Pelo caminho "curtiu" com uma colega de turma e contou-me. Eu inocente, dei valor à sinceridade e desculpei. [aprendi logo aí que quem faz a primeira, faz a segunda e a terceira e as outras todas seguintes]. Depois, mais tarde, apanhei-o nas curvas, em mais uma mentira e acabei tudo com ele. Foi o maior drama de faca e alguidar da minha vida até à altura. Depois afastámo-nos. Durante alguns anos viamo-nos ocasionalmente e conversávamos como velhos amigos. Cheguei a pensar que ele tivesse mesmo mudado, tinha uma namorada de longa data, que afirmava ser a mulher da vida dele. A minha vida continuou, nunca perdi muito tempo a pensar naquele primeiro namorico. Alguns anos mais tarde, por volta dos meus 17, tive um namorado que os meus pais conheciam e que por isso acabaram por saber da relação. Durou poucos meses e quando acabou, não sei como, o outro descobriu. Começou a aparecer, a visitar-me, a mexer em recordações daqueles tempos em que nós os dois, uns miudos, namoriscámos. Roubou-me um beijo e não me largou a porta enquanto não lhe dei outra oportunidade. A namorada dele tinha-lhe pedido um tempo, e ele teve que ocupá-lo com alguma coisa. Tornou-se uma cola. Vá lá que foi por pouco tempo. Passadas umas semanas disse-me que tinham repensado a relação com a namorada, que eu era uma boa recordação, mas que gostava era dela. Concordei, e foi cada um à sua vida. Para mim aquilo não tinha passado de uma diversão que me fazia bem ao ego. Para ele veio a revelar-se o início de uma obssessão que durou uns 2 anos. Pouco tempo depois aparece-me à porta a pedir para falar. Ouvi as coisas mais disparatadas que podia ter ouvido. Que gostava dela, mas que também gostava de mim. Que não queria ficar sem ela, mas que não podia ficar sem mim. Que queria as duas, portanto. Lembro-me que me fartei de rir na cara dele, que chorava baba e ranho. Nessa altura estava eu a começar o namoro com o tal que foi o first love. Ele custou a perceber, mas acabou por afastar-se. Tive 1 ano e meio de descanso desta melga, mas assim que se soube que o namoro tinha acabado voltou à carga. Até ameaças ele me fazia, de aparecer nos sítios onde eu estava, de ir falar com os meus pais (havia de ter uma sorte linda), de fazer escândalos se eu não me encontrasse com ele para conversar. Mais sabia eu o que ele queria. Acabei por ceder, encontrei-me com ele, expliquei-lhe um milhão de vezes que não sentia nada por ele, que não ia haver mais nada entre nós, mas ele não percebia, tentava abraçar-me e beijar-me cada vez que eu baixava as defesas. Não cedi, vim-me embora e afastei-me dele. Durante uns meses, perseguiu-me, telefonava-me a toda a hora, mandava-me recados pelo meu irmão, pelas irmãs dele, por amigos... enfim uma melga. Sim, porque eu sabia que ele era inofensivo, nunca o vi como uma ameaça, era mais uma pedra no sapato. Depois disto tudo, quando ele já tinha voltado pela 50.ª vez para a namorada de sempre, consegue atirar-me para um filme indiano. Chegou ao ponto de a namorada me telefonar a pedir contas. "O que??? Desculpa lá, mas tu deves conhecer o namorado que tens, e eu não tenho nada a ver com isso", depois de ter respondido a uma mensagem dele, mas fora do timing que ele esperava - 3 horas depois de a ter recebido. Claro que eu é que fiquei como má da fita. E desde aí, nunca mais lhe falei. Para mim chega de confusões por uma pessoa que não me diz nada.
De malucos obcecados, para mim, chega!

1 comentário:

Pink Panther disse...

Graças a Deus que nunca sofri desse mal... :)))